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Mostrando postagens de julho, 2017

[ deus ]

O Matisyahu sempre me levou pra Deus, suas músicas me lembram do coração bondoso e amável que existia em mim quando eu o buscava e do quanto me faz falta acreditar que Ele proveria tudo, suas canções me confortavam, hoje elas me incomodam tanto quanto um amigo que vem nos falar que o nosso pai é bom. Mesmo que ele não tenha feito nada na noite passada para nos consolar e enquanto eu tentava entender uma vídeo aula, minha mãe chegou com o café que ela fez para que eu aguentasse a noite. Poucas pessoas reconhecem Deus como eu, até que o Padre Fábio de Melo falou que o pai dele era Deus dentro da casa dele, a presença humana de Deus e eu concordei com isso na hora porque eu também tinha um Deus dentro de casa, mas hoje ele não tá aqui e enquanto eu reclamava por Deus ter levado a si embora... Chega minha mãe, sendo Deus dentro de casa , só que melhor, com café! Sendo deusa! E enquanto escuto Silence, é meu peito que grita em gratidão pela vida tão generosa que eu tenho tido e qu

[ carta aberta ]

Todas as vezes que escrevi sobre a minha relação com o Pedro, eu usei da poesia para para falar de todas as dificuldades da nossa relação e eu busquei poesia para servir de escudo todas as vezes que eu quis ir embora e finitar a nossa relação. Dizem que os casais que passam dos três anos de calabouço, se reconhecem e permanecem juntos para sempre, mas nunca foi uma questão do quanto ainda duraríamos, sempre foi uma questão do quanto ainda suportaríamos um ao outro por amor a relação. Acontece que os amores amadurecem e com o amadurecimento dos anos e o cansaço dos dias e brigas surge também a desistência e é complicado lidar com a desistência, uma parte de nós quer continuar na relação e lutar para fazer dar certo, a outra já desistiu porque dói demais esse esforço sobre-humano para fazer qualquer coisa funcionar. Em primeira instância pensei que havíamos acabado e doeu profundamente em mim. As lágrimas de tanto que caírem, perfuraram o meu coração ou colchão, então eu não pens

[ séries ]

A minha intensidade não me permite assistir duas séries ao mesmo tempo porque preciso estar inteiramente conectada com a história e fazer todas as comparações possíveis, eu preciso associar o personagem tal a senhora que pega todos os dias o ônibus das 7:15 da manhã e que todos os dias ao sentar na cadeira preferencial, oferece lugar ao mesmo senhor, que parece flertar sem sucesso com ela. Sim, eu preciso estar conectada a sinais, se é isso que a série propõe e por alguns meses ser fiel a cada sinal que surge e depois descobrir que na verdade os sinais tem muito mais a ver com a gente querer se desligar de alguma coisa e ou passado do que qualquer outra coisa, ou não... Talvez eu só esteja confusa com o fato do colar ter estado tanto tempo sem foco e o guarda-chuva ter a cor amar-ela. Na verdade, eu gosto das séries porque é fácil ter raiva de um autor que não seja deus ou sancho pança e depois sorrir com ele sem ficar lembrando de todos os vacilos do Ted ou do como foi lega

[ sobre o fim ]

Eu inventei minha primeira grande história de amor, sim, eu inventava amores e os colecionava ao longo da vida, claro que eu não confessava esses amores em voz alta, eu me apaixonava sempre silenciosamente, fosse por um amigo, um vizinho ou até mesmo o motorista simpático que passava acenando todos os dias. Eu inventava as paixões secretas e os encontros fictícios, minha vida era agitadíssima em pensamento como é até hoje, uma loucura esquecer daquele primeiro encontro, dos tantos primeiros encontros e das tantas promessas de "para sempre" que eu me permiti. Se ao menos um deles soubessem, o amor findava. E pra pôr um fim digno dessa invenção de amor, jogo fora todos os "talvez" e vou caminhar sem qualquer chinela, amarra ou peso. Deixar a invenção passar!

[ teimosia ]

Eu não gostei dela, pra falar a verdade eu não me apaixonei por ela, nem por suas manias ou o seu jeito tímido de sorrir e falar qualquer coisa, eu não me apaixonei por ela, nem pelo jeito dela segurar a minha mão, nem da forma que ela bancava a boba comigo, não, eu não gostei do cigarro dela, nem da mania dela de ficar sem graça com qualquer coisa, eu não me apaixonei pelas tatuagens dela ou pelo jeito dela se vestir, nem da mochila dela eu gostava, eu não gostava das suas histórias, nem dos seus atrasos e nem gostava do passado dela, não gostava das suas loucuras, dos seus medos, em nada eu gostava dela, exceto de toda essa mentira acima e do quanto me dói ter que juntar os cacos quando o medo atravessa a sala como uma pedra que destrói a porta do banco bradesco quando todo mundo grita fora temer. É que eu não gostava dela, mas não gosto mesmo é de quem finge não gostar dela só por medo de ser amada como quem ama inteiro.

[ Não vim falar de amor ]

Escrever sempre foi uma forma bonita de conviver com meus próprios medos e por ter medo de deixar o passado ir, sempre me agarrei a escrever sobre ele, ele era o meu medo maior. Quando ele se foi pela última ou primeira vez eu chorei por horas, porque todas as cartas que tinha escrito pra ele e todos os desejos inconfessáveis guardados para ele, à partir daquele momento, deixariam de existir em mim, porque o passado para mim não era uma roupa que não me servia mais. O passado era uma dor que eu vestia e me agarrava para dar maior brilho e significado as alegrias do presente, o passado era uma conveniência que me fazia enfeitar os dias atuais... E eu também gostava da ideia de que no meu passado chovia e me assustava com o meu presente árido de flores murchas. Abandonar a escrita era a minha forma de abandonar o passado porque é impossível escrever de presente, quando escrevo agora, já passou. Já o passado não, o passado a gente pode eternizar, ele não se esvai como o ago